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Como ajudar seu filho na adaptação a uma nova escola

A troca de escola dos filhos é algo que muitos pais uma hora ou outra irá se deparar na vida. A troca pode acontecer por motivos diversos, da transferência de emprego de um dos pais para outra cidade ou até mesmo um bairro mais distante; à migração de uma escola de ensino básico para uma de ensino fundamental, ou então devido a problemas enfrentados pelo filho no colégio antigo. E essa troca de ambientes muitas vezes vem acompanhada de aflições dos filhos. “Serei bem aceito?”,“Farei novos amigos?”,“Conseguirei acompanhar o ritmo das aulas?” Aflições naturais, pois é difícil mesmo se sentir confortável com o desconhecido.


A difícil jornada da adaptação ilustrada no desenho animado Titio Avô.


Mas como ajudar os filhos a se adaptarem a uma nova realidade?

Segundo a psicóloga e Master Coach Cláudia Oliveira a resposta para todas as indagações que recebe de pais sobre o assunto, antes de qualquer dica vem sempre acompanhada de uma pergunta dela: “Mas como é seu filho?” Responder essa pergunta é fundamental, pois muitos pais devido à correria do dia adia e aos múltiplos papéis que exercem, acabam não sabendo muito bem as principais características de seus filhos.

Quem é seu filho?

Quais são as características que ele demonstra desde a primeira infância? Quais são os medos e coragens que ele apresenta? É criativo? Independente? Faz amizade sozinho ou precisa de ajuda? É extrovertido, sempre soube o que queria ou vive a mercê dos desejos de outros?
É respondendo a perguntas como essas, bem como identificando quais são as angústias, prazeres, crenças e expectativas que os próprios pais têm sobre a educação dos filhos, é que podemos tomar decisões assertivas quanto a que modelo de educação, qual escola, qual período, e que tipo de diálogo adotar para ajudar o filho.

Trocando de escola

Mas ok, vamos falar sobre a troca de escola, supondo que por diversos motivos, chegou a hora de fazermos esta troca. Por que logo pensamos que é um desafio ou momento tenso? Você já pensou que para alguns casos, esta pode ser uma solução, um alívio, uma conquista?
Então novamente vamos precisar entender sob qual ótica você pai encara esse momento, para só assim podermos genuinamente apoiarmos nossso filhos, de acordo com as necessidades que eles vierem a apresentar, no momento certo. “Pre-ocupar” em geral é trazer para o presente algo que ainda não é fato real. Às vezes o seu filho pode até encarar a troca de escolas como algo legal. Antes de sofrer com essa troca, procure gerenciar os possíveis riscos, mas deixe que seu filho viva essa fase sem perceber a sua insegurança.

Identificando as inseguranças

Agora se seu filho já vem apresentando mudanças de comportamento pelo fato de trocar de escola, você deve ficar atento. Se seu filho anda irritadiço, tenso, muito quieto, ou até mesmo chora só de pensar em ir para a nova escola, chegou a hora de intervir e ajudá-lo. E as razões dessa insegurança podem ser diversas: sono, saudade dos antigos colegas, timidez, bullying, e até mesmo o fato do seu filho estar se sentindo incapaz por não acompanhar o conteúdo ou o novo método das aulas do novo colégio.

Confira abaixo uma série de dicas fornecidas pela psicóloga Claúdia Oliveira para ajudar seu filho na adaptação a uma nova escola.

1- Quebrando o gelo – Se ele tem dificuldade em se enturmar, cabe aos pais juntamente com a escola, traçarem estratégias para a integração de alunos novos. Em geral as escolas já possuem bons programas para esse fim por se tratar de uma realidade frequente e que requer atenção.

2- Hábitos de despertar – Se seu filho rende mais pela manhã é indicado que frequente um curso diurno. Mas muitas crianças hoje em dia dormem tarde, um hábito que pode ter sido adquirido com os próprios pais. Daí a opção por um curso no período da tarde também pode ser uma saída ou uma alteração nos horários de dormir, lembrando que o sono é vital para o aprendizado. Há situações que acontecem a acabam acertando alguns hábitos não muito adequados para a criançada..

3- Espere o ano acabar – Opte por transferir seu filho de escola após o final do ano letivo. Com as férias os vínculos com antigos colegas esfriam um pouco e fica mais fácil a transição para uma nova escola.

4- Bullying – Em caso de bullying a escola deve ser envolvida imediatamente para que junto com a coordenação psicopedagógica sejam traçadas as soluções. Se necessário, é indicado a consulta a um psicopedagogo para colaborar na recuperação da auto-estima do aluno e de toda a família.

5- Metodologia – Muitas vezes o receio da criança é em relação à metodologia do ensino da nova escola. Daí a importância de conhecer o próprio filho e conversar com ele. Só juntos, pais e filhos, conseguirão escolher corretamente uma escola com um sistema de ensino que combine com seu estilo de aprendizado.

6- Muita Conversa – Só o diálogo aberto e disposto entre pais e filhos podem resolver grande parte das inseguranças do aluno. Ouvi-lo antes de tomar uma decisão, consultá-lo sobre colégios, apresentando-os e levando-o para conhecer o ambiente e o sistema de ensino são ótimas opções. E depois perguntar qual foi a sua preferência e por que? Se prefere o período da manhã ou o período vespertino. Atitudes simples de respeito mútuo que farão toda diferença na adaptação.

Por fim, não há certo ou errado, existe o que melhor trará resultado para cada tipo de criança. Todo o processo que dá certo tem por trás a responsabilidade maior centrada nas mãos dos pais, no diálogo como cultura familiar e conhecimento profundo de quem é seu filho e aí sim, depois virá a escolha da melhor instituição que vai ser a parceira dessa caminhada.
E se não der certo?

Planeje novamente e recomece. Mude se precisar. A grande dica é conheça a si próprio, principalmente como vocês exercem seus papéis de pais e diariamente conheça seu filho, pois a evolução é diária, os comportamentos e desejos mudam constantemente e quanto mais próximos vocês estiverem, maior a chance de acertos em escolhas. Conversem sempre sobre o assunto com tranqüilidade e esse desafio passará a ser visto muito mais como uma oportunidade de crescimento de todos e as soluções serão mais leves, objetivas e eficazes.

***

Por: Claudia Oliveira

Autor desta Publicação
Claudia Regina de Oliveira
Psicóloga pela UFMG, é Master Coach, pós-graduada em Gestão Empresarial e Psicologia Positiva. Atua em desenvolvimento humano, psicoterapia para adolescentes e adultos, coaching de carreira, orientação vocacional e preparação para entrevista de emprego. Facebook: ConectarhDesenvolvimentoHumano

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