Música: Uma alternativa saudável no tratamento do TDAH e da hiperatividade
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Confira o terceiro e último texto da série “Dilemas de um pai de adolescentes”. Você também pode ler o primeiro e o segundo textos da série clicando aqui, Parte I e Parte II.
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O dilema do “O que você vai ser quando crescer?”
Penso que a maioria de nós, pais e mães, assim que um filho nasce, recebemos como upgrade a instalação de um chip de planejamento para vida dele. Há pais que decidem desde o nascimento que farão um investimento num plano de aposentadoria pro filho e já têm tudo programado até que eles saiam da faculdade. Se bobear, para o casamento, filhos ou netos e por aí vai. Sufocante ne? Tem até nome esse tipo de comportamento: “overparenting”.
Há também, claro, pais que agem diferente, como os pais que deixam que os filhos sigam soltos rio abaixo. Não que sejam do tipo “deixa a vida me levar”. Ao contrário, gostariam e desejam participar do desenvolvimento daquela pessoa, mas querem conhecer o que ele traz consigo, suas necessidades, talentos, vontades e a partir daí, ajudá-lo.
Há ainda um terceiro grupo que faz de tudo para garantir que os sonhos do filho sejam alcançados. Já não mais como um pressão dos nossos desejos, mas uma garantia de que os deles se realizem. Algo como um combate injusto, um três contra um. Pais e filho contra a vida. O que costuma legar ao mundo jovens mimados que não lidam bem com frustrações.
Eu, eu mesmo e meus filhos
Num primeiro momento da minha vida como pai me vi mais parecido com o primeiro grupo e minha ansiedade em encontrar soluções para ajudá-los a seguir pela vida começou a incomodá-los, parecendo muito mais uma pressão para que realizassem o que eu pensava do que aquilo que eles poderiam ou queriam de fato. Essa postura só fez gerar atritos.
A verdade é que eu ia condicionando meus desejos sobre os deles e isso só atrapalhou.
A mãe superprotetora do filme “Quase Famosos”.
Rito de passagem
Hoje, entendi que os desejos, vontades, interesses e planos são deles e não meus. O futuro deles vai (e deve) ser construído por eles. O nosso papel está vinculado ao de apoiá-los. A adolescência dos meus filhos me marcou como um rito de passagem. O nosso futuro está em curso. Eles vieram, foram crianças e começaram a se preparar para o mundo e o meu papel de guardião foi chegando ao fim.
Barcos não foram feitos para ficar ancorados. Deixe seu filho navegar.
Quando menos se espera eles voam para longe. Um dos meus partiu para a Austrália num intercâmbio com duração de 1 ano. O coração do velho aqui parecia que ia explodir e a mente quase pirou de preocupação.
Mas como aprendi com o tempo, preocupação, “pré + ocupação”, é se ocupar com algo antes mesmo de que este algo aconteça. Me torturar com algo de errado que pudesse vir acontecer com ele era bobagem. Conhecia meu menino. Confiava nele. Confie no seus também.
Pois, se você não é a mãe Diná ou um Nostradamus, entenda que a incerteza do futuro assusta tanto a eles quanto a você. Lembre-se o quanto você ficou assustado e confuso diante da escolha da faculdade, do primeiro emprego, enfim, lembre-se. Você vai perceber que o que você precisava, é o mesmo que eles precisam agora. Mais do que planos, eles precisam de um ombro amigo, um bom ouvinte, para lidar com as mudanças. Precisam de apoio nessa fase de erros e acertos. Apoie. Isso é o melhor que nós pais e mães podemos fazer.
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