Meu pai: meu companheiro de aventuras
Facebook Twitter Google+ Todas as vezes que vasculho as memórias da minha infância, lá encontro meu pai: desde...
Há pouco tempo aprendi que quanto mais coisas colocamos na agenda, mais tempo temos. Verdade. Mas esse fato sozinho não é nem bom nem mal. A maneira como utilizamos esse tempo que criamos pode nos levar ao paraíso ou à loucura, em alguns casos, como nós mães bem sabemos, à uma espécie de paraíso insano.
Tentando manter o equilíbrio
Quando minha primeira filha nasceu eu decidi largar a vida de workaholic (trabalhava das 8h às 22h, academia na hora do almoço e pique total…) para trabalhar meio período em um emprego que oferecia algumas garantias. O pensamento era simples: teria a vida toda para trabalhar, mas somente aquele momento para ter filhos pequenos. E sim, a intenção já era ter outro logo e dar-lhe um irmão. Porque esse lance de filha única começa a pesar depois de uma certa idade. Ainda mais quando a gente perde os pais cedo, como foi comigo.
Se fosse só a minha agenda seria fácil
E a gente acha que enquanto são bebês dão trabalho, sua agenda inclui troca de fraldas, mamadas, papinhas, cochilos e noites mal dormidas. Depois vão crescendo e as atividades vão sendo acrescentadas às agendas dos pequeninos e então começamos a sentir saudades daquele bebezinho. Começam as birras, os choros, as brigas entre os irmãos, os gostos alimentares mais excêntricos, os amiguinhos, as festinhas…ufa!
Num piscar de olhos estão sendo alfabetizados e logo estão chegando as tarefas escolares a serem realizadas todos os dias, e as aulas de natação, de inglês, a psicóloga, o futebol para uma, o ballet para outra, as consultas médicas e odontológicas e a vida social. Parece loucura, mas quando eu percebi, estava gerenciando três agendas, sem secretária, sem largar meu emprego, cuidando da casa e ainda tentando manter meu equilíbrio físico e mental.
Como eu lido?
Até aqui nenhuma novidade, a grande maioria das mães faz isso. Mas manter a qualidade de vida, a saúde física e dos relacionamentos e especialmente estar presente e ser um bom exemplo para os filhos é um desafio muito maior.
A grande maioria das mães têm uma grande dificuldade em dispender tempo de qualidade com suas crianças, de sentir prazer na atividade de “ser mãe”, porque é realmente muito cansativo. E às vezes não encontram tempo para cultivar alguma atividade que lhes dê prazer e lhes faça relaxar entre um compromisso e outro.
Acredito que é necessário cultivar a alegria ao percorrer este caminho, nem sempre suave, mas imensamente gratificante da maternidade. Porque são nos pequenos detalhes, naqueles momentos de maior intimidade, ao escovar os dentes, na conversa antes de pegar no sono, no meio da brincadeira, no caminho pra escola, que os maiores segredos e os momentos mais mágicos acontecem.
Porque é nesse tempo que você vai ganhar o abraço mais apertado, o beijo mais gostoso, o sorriso mais sincero. Nesse tempo você vai observar a cumplicidade entre as irmãs. Vai olhar para elas e ver o quanto cresceram e têm personalidades distintas e lindas. E não podemos, nem queremos, estar cansadas demais ou longe demais a ponto de perdê-los.
Por isso me esforço tanto para organizar bem essas agendas todas, só para ter tempo livre e deixar espaço para a magia acontecer. Porque a natureza é soberana e as crianças vão crescer, queiramos ou não.
E quem passa é a vida, o tempo fica.
Da agitação da mente para o silêncio da quietude do centro do nosso ser.
Namastê!