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Meu filho acha que é burro. Como ajudá-lo?

“Eu sou burro(a)!”. Muitas crianças aparecem com essa “fala”, que num primeiro momento pode parecer estranha aos pais, no entanto é uma fala aprendida certamente.

Diante do mau resultado frente a tarefas propostas, as crianças se sentem inferiores se comparadas aos pares. Esse fato é brilhantemente explicado na literatura pedagógica que classifica a fase da infância entre 6 e 12 anos como fase da Competência & Inferioridade. Nesse momento é importante que as tarefas propostas estejam ao seu alcance de realização, pois ao contrário se sentirão frustradas com um sentimento de inferioridade.                                                                                  

Saiba como lidar

Conseguir bons resultados sempre é impossível, no entanto jamais ter sucesso não é saudável também.

Diante do insucesso uma boa conversa ajuda.

Alguns pais na tentativa de estimular os filhos a estudar mais ou a se dedicar mais à determinada tarefa, estabelecem comparações do tipo:

_ Olhe como as notas do seu irmão estão melhores do que as suas!

_ Quando eu tinha a sua idade tirava notas altas na escola!

Isso ajuda? Definitivamente não!

Claro que fazer direito, ser bom, tirar notas altas é bom, no entanto nem sempre conseguimos e, ao contrário do que muitos pais pensam, saber lidar com o insucesso é vital para que possamos enfrentar a vida adulta.

Múltiplas Inteligências

A experiência para além da teoria mostra que não existem crianças burras. Todas tem facilidade na realização de determinadas tarefas e por outro lado dificuldades na realização de outras tantas. O grande problema de muitas escolas brasileiras é valorizar apenas as inteligências lógico-matemática e a verbal–linguística como se traduzissem “toda a inteligência”.

Sabemos hoje que há muitas inteligências embutidas nesse bojo e, portanto rotular uma criança como “burra” por não ter as competências mais tradicionais tão desenvolvidas é no mínimo ignorar a existência da Teoria das Múltiplas Inteligências. Essa mesma criança pode possuir uma inteligência espacial, por exemplo, ou musical, muito desenvolvida.

O problema pode estar em casa ou na escola. Na escola muitas vezes, a relação professor – aluno quando inadequada pode favorecer aversão a determinadas matérias.

Já em casa, a experiência de clínica psicopedagógica tem mostrado ao longo dos últimos vinte anos que muitas crianças tidas como portadoras de distúrbios de aprendizagem, na verdade eram vítimas de baixa autoestima em função de excesso de exigências por parte dos pais. Uma inabilidade dos pais em estimular os filhos a lidar com o fracasso e tentar com esforço próprio melhorar, reconhecer e verbalizar pequenos esforços.

Por isso mostrar aos filhos que somos iguais a eles, mostrar que também sentimos medos, que erramos, e nem sempre acertamos de primeira, é muito importante. Isso faz com que eles se sintam como “iguais”, o que favorece a aproximação e intimidade com eles.

Dessa forma, muitas são as possibilidades que fazem com que as crianças se sintam “burras”. Cabe aos pais fazer uma leitura adequada das manifestações dos filhos e, se for o caso, buscar ajuda especializada.

***

Por: Dra. Margareth Anderáos

Autor desta Publicação
Margareth Anderáos
Três filhos e vó da Luara, Theo e do Thiago. Psicopedagoga com 20 anos de experiência clínica e institucional e com vivência em aconselhamento de pais.

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