Meu primeiro dia das mães
Facebook Twitter Google+ Uma mãe não se faz com o anúncio do médico: “Parabéns, você vai ser mamãe”. Biologicamente...
Todo homem, não importa a idade, é meio menino. Aqui no Pais em Apuros a gente até desconfia que no fundo a maioria são meninos fazendo cosplay de adulto sério.
Então, quando surge a notícia de uma gravidez, muitos homens já definem o sexo do bebê na cabeça: “tomara que seja menino”. Natural. Criar um menino é criar um novo amigo, um brother para jogar bola, brincar de lutinha, fazer trilha de bicicleta, jogar videogame.
Mas eis que sai o resultado do ultra-som e “parabéns, você vai ser pai de menina”. E agora, como é que se brinca com uma menina?
O empresário Willian Cassiano (40 anos), de Campos do Jordão-SP, sabe bem como. Willian é pai de menina, de três meninas: Melissa (15), Helena (12) e Jade (7).
“Quando eu descobri a primeira vez que seria pai de menina, agi como a maioria dos homens. Pensei, vou trata-la como uma princesa. Criar uma princesa”, relembra.
A vida tratou de mostrar para o empresário paulista que criar uma menina pode ser muito mais divertido do que apenas vê-las brincar de bonecas e assistir contos de fadas. E olha que ele fez a parte dele enquanto “pai de princesa”. Muitos “minha princesa” e “minha boneca” saíram de sua boca. Mas as meninas o surpreenderam.
“Nenhuma delas é chorona. São corajosas. A Mel gosta de filmes de terror, videogame e luta judô. A Helena é cheia de atitude, topa tudo. É do tipo ‘Vamo? Vamo! ’. E a Jade até gosta de princesas, mas também brinca de Max Steel, gosta de super-heróis, Star Wars, e até senta comigo para assistir as minhas séries no netflix”, conta empolgado o pai que é fã do Superman e de filmes de super-heróis.
As irmãs Cassiano são uma prova de que a ideia batida de existir “coisa de menino e coisa de menina” é totalmente equivocada.
Crianças não têm preconceitos de gênero. Os pais que as ensinam coisas como: azul é de menino, rosa é de menina, boneca é de menina, carrinho é de menino.
Segundo a pedagoga Maria Angela Barbato Carneiro, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), ser livre para brincar é o melhor para a criança.
Por isso, quando os pais limitam os papeis dos filhos (ex: isso não pode, não é coisa “de menina”), acabam limitando o processo de aprendizado da criança nas atividades lúdicas, e por consequência, estimulam preconceitos futuros dos mais bobos como “mulher não sabe dirigir” aos mais sérios como “homem não pode chorar”.
Com a palavra o papai Willian:
“Cada uma é de um jeito. E, claro, tem aquela sensação boa de ser querido pelo filho. Chegar em casa e ser abraçado. Elas gostam de mim e pronto. Porque sou o pai delas. Sem querer nada em troca. Isso é muito bom. E se é diferente do que eu imaginava? Sim, ser pai de menina é bem mais divertido do que eu imaginava. ”
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