Carrinho de rolimã, um amor antigo!
Facebook Twitter Google+ Eu, pai, filho, professor, defensor do brincar para todas as crianças, ou melhor, para...
É na infância e no ato de brincar que nos preparamos para a vida adulta. O movimento, já no ventre materno, é uma das primeiras características que podemos observar nas crianças e são muito significativos: chutar, chupar o dedo, girar.
Dica Pais em Apuros! Assista esse filme ;D
No início, os movimentos não são conscientes, são impulsivos e desordenados. Mas, com o tempo, ganham habilidade e destreza. A exploração é do seu próprio corpo e as mãos são descobertas, tornando-se seu primeiro brinquedo.
A descoberta da boca e o ficar de pé
Mais adiante tudo é levado à boca para ser degustado, percebido e assim, vai tomando posse de seu corpo, de cima para baixo, quando logo alcança os pés.
O ângulo de percepção do mundo muda quando chega à conquista da postura ereta. Andar amplia o horizonte visual, amplia a experiência dos órgãos dos sentidos: ver, ouvir, tatear, cheirar, saborear… Esta é a união do movimento com a percepção de mundo.
Então esse é o mundo
Quando a criança começa a relacionar-se por meio da imaginação, que é a imagem em ação, o brincar ganha diferentes nuances de agir e interagir. Inicia-se o tempo do “eu e você” no âmbito das relações e a criança passa a colocar intenção em seus atos. O planejamento faz parte do brincar e os objetos adquirem utilidade mais significativa. Ela deseja apreender o mundo com mais precisão.
Pequenos atores
Então a imitação entra nas brincadeiras: arrumar a casa, sair para o trabalho, cuidar dos filhos (bonecas/os), exteriorizando suas experiências. A criança estabelece uma relação com grupos de companheiros e amigos que participam da mesma brincadeira. Emana desta intenção compartilhada o convívio social, que promove a compreensão e elaboração de situações vividas no cotidiano.
Por meio do lúdico se comunicam, aprendem sobre si, trocam de papéis, viram super heróis, princesas, lutam, choram, amam e começam a elaborar perdas e sofrimentos, dilemas e conflitos. Sentimentos dos mais variados tipos que reforçarão qualidades e habilidades.
O que pode fazer o adulto para favorecer o aprendizado espontâneo das crianças?
O brincar é inerente à criança e requer condições para que aconteça: espaço e tempo devem ser organizados pelos adultos, em um ambiente favorável e com atmosfera agradável. Excessos podem gerar desordem: excessos de cores, sons e brinquedos afetam a criança que, ao invés de experimentar o próprio corpo, acaba por se distrair com os objetos ao redor.
Brinquedos: Menos é mais para o desenvolvimento
A qualidade dos brinquedos também é um aspecto importante. Deve-se guiar pela idade da criança, e de preferência deve ter um caráter de incentivo, que contribui para estimular a participação da criança em sua complementação, não sendo aconselhável, portanto, brinquedos já totalmente acabados. Vale a frase “menos é mais”.
Quanto mais simples e naturais, maiores serão as chances de a criança transformá-los a partir da sua imaginação, passando a ser agente da sua própria experiência, dando liberdade à sua fantasia e criatividade.
Brincar pede espontaneidade
Garantir um tempo para o livre brincar (espontâneo), inclui prazer e bem estar que contribuem para a aquisição de novas habilidades motoras, sociais, cognitivas e emocionais.
Explore parques e praças próximos de casa. Brincadeiras ao ar livre, junto da natureza, oferecem muitas possibilidades e materiais, para serem reinventados. Atividades como essas fortalecem, formam, estruturam a relação e o vínculo com o mundo.
Movimente-se
A criança é movimento e está ligada aos gestos, principalmente dos adultos, que servem de modelo em diversas situações, expressando atitudes ordenadas em início, meio e fim, que educam a memória e favorecem o aprendizado.
Brinque com seu filho e desfrute deste momento lúdico.
***
Fonte: Lameirão, Luiza Helena Tannuri. Criança brincando! Quem educa? – São Paulo- ed. João de Barro, 2007.
Marasca, Elaine. Saúde se aprende, Educação é que cura – São Paulo- ed. Antroposófica, 2009.