Todo brinquedo é de menino e de menina
Facebook Twitter Google+ Brinquedo não tem gênero Quem definiu que existe brinquedo de menino e brinquedo de...
Balé é coisa de menina. Menino que é menino joga futebol, basquete, faz judô, natação. Mas dançar? Dançar já é demais, né. Só que não! Só que muitos nãos, né…
Vamos combinar, essa história de bailarino ser ‘menos homem’ por causa de sua atividade é um mito (ou um mico?) equivalente ao da morte causada por leite com manga, ou afirmar que o Palmeiras tem mundial.
O fato é que, além de estúpido, esse preconceito é completamente infundado. Assim como 100% dos preconceitos o são.
O balé é um exercício de altíssima dificuldade e exige do praticante a realização de movimentos complexos, de muita, mas muita força.
Ainda duvida? Para se ter uma ideia da flexibilidade e da força exigidas pela dança, saiba o senhor e a senhora, que o balé, além de tudo, é um importante aliado na preparação física de atletas, inclusive dos lutadores.
O ex boxeador, Evander Holyfield é um dançarino. Começou a treinar quando passou para a categoria de pesos-pesados, e começou a enfrentar os lutadores maiores. E quanto ao basquete? Jogadores do time do Joinville descobriram, estarrecidos, que integrantes do Balé Bolshoi, que fica na mesma cidade, saltam mais alto do que eles. Mesmo com menor estatura.
Então, tudo bem. Contra fatos não há argumentos, certo? Nem tanto. Sobram argumentos sim, os argumentos estúpidos, evidente. É baseado neles que preconceituosos e homofóbicos de plantão sentem-se no direito de julgar os dançarinos pela sua simples opção de dançar balé.
O morador de São José dos Campos Luan Fonseca, dançarino profissional e professor de dança, cresceu sentindo na pele as dificuldades de fazer uma escolha não convencional.
O dançarino, natural de Caraguatatuba, começou no balé depois de uma experiência na ginástica aeróbica, quando ainda tinha 11 anos. Experimentou jazz, dança contemporânea e o balé clássico.
“Não tem como falar que não passei preconceito dentro da dança. Eram muitas coisas que eu escondia ou que eu precisava mascarar. Por várias questões, meus cuidados físicos com o corpo. Há esse tipo de preconceito. Mas o meio artístico é onde o preconceito se borra”.
Além de dançar, Luan formou-se, em 2016, como engenheiro civil. “Dentro da área de engenharia, principalmente, esse preconceito é bem forte. E é mais uma questão de ideológica mesmo, ao pé da letra. Com estereótipos e tabus”, diz.
Mesmo assim, o dançarino analisa os tempos atuais como bons olhos. De acordo com ele, mais meninos estão entrando no balé e, aos poucos, o preconceito está dando lugar ao conhecimento.
“É legal que um menino possa entrar na dança e consiga se desenvolver sem preconceitos. Até porque a figura masculina nesse meio é superimportante. Os homens com talento para a dança acabam se desenvolvendo mais rapidamente, por causa da vantagem física, e têm boas oportunidades de se tornarem grandes dançarinos”, conclui.
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Comentários
2 ComentáriosVictor Alves
mar 7, 2019Como eu falo a minha família que eu quero fazer ballet?
João Gambini
mar 15, 2019Boa tarde Victor! O mais importante é você conversar primeiro com aquela pessoa que você mais tem contato dentro da sua casa e expor pra ela que você gosta de dançar e que independente de ser ballet, hip hop, funk, samba, dança contemporânea ou qualquer outra modalidade, dançar é um ato que está em todas as culturas. O ballet, na europa, principalmente Rússia é muito praticado por homens e, portanto, serve a todas as pessoas. Explique isso, conte o porque gosta e peça ajuda a essa sua pessoa querida para lhe ajudar a conversar com os demais. Acho que vai dar certo. Abraços e obrigado por participar suas opiniões e questões aqui no Pais em Apuros.