Por um natal com menos presentes
Facebook Twitter Google+ O natal do brasileiro este ano deverá ser menos farto e generoso no número e no preço dos...
Por João Pedro Teles
Uma passagem clássica e recorrente nos filmes norte-americanos produzidos para o público adolescente nos transporta a uma casa abarrotada de jovens, entre seus 14 e 18 anos. Música, dança, bebida e uma pitada de insanidade juvenil completam um cenário dos sonhos para quem está saindo da puberdade. Trata-se de uma House Party.
Também conhecidas como HP na gíria dos mais novos, esse tipo de festa rompeu as fronteiras e já é uma tendência também entre os jovens brasileiros. As comemorações acontecem principalmente entre adolescentes de classe média que aproveitam a ausência dos pais para promoverem os encontros.
A falta de supervisão de um adulto torna os encontros, no mínimo, controversos. Relatos de uso indiscriminado de álcool, drogas ilícitas e sexo sem proteção colocam ainda mais pulgas atrás das orelhas dos pais de adolescentes. Com o Réveillon e o Carnaval – datas nas quais muitos jovens realizam suas primeiras viagens sozinhos – batendo à porta, o nível de preocupação fica ainda maior.
Entretanto, se depender da psicóloga Lauren Menocchi, que leciona no curso de psicologia das universidades Unitau (Universidade de Taubaté) e Unip (Universidade Paulista), não há motivo para pânico. A profissional ressalta que, com diálogo e abertura, os pais podem contornar situações de risco, criando um espaço para que a experiência dos filhos seja a mais saudável possível.
“Os pais precisam primeiro se lembrar de que também já foram adolescentes e que tiveram, também eles, esta necessidade de celebração e pertencimento. Tudo passa por um diálogo franco com os filhos para criar um ambiente de respeito mútuo. Minha dica para as viagens de Réveillon ou Carnaval, por exemplo, é apostar em combinados que façam sentido tanto para os pais quanto para os jovens. Não adianta combinar algo que é sabido que o adolescente não vai cumprir”, explica a psicóloga.
Estabeleça regras como o tempo de duração da festa, o número máximo de convidados, restrinja o acesso a certos quartos ou cômodos, e, se possível, conte com o auxílio de um vizinho amigo. Deixe-o avisado sobre a festa e peça para que e ele te alerte caso algo corra fora do combinado, bem como eventuais abusos.
Aos pais que, mesmo mantendo um diálogo aberto com seus filhos adolescentes, ainda não conseguem dormir tranquilos com as saídas do jovem, cabe atentar-se a alguns sinais que os adolescentes dão. De acordo com a psicóloga Lauren, comportamentos diferentes do habitual podem ser sinal de que está na hora de conversar.
“Primeiramente, os pais precisam ter ideia de que essa é mesmo uma fase em que comportamentos diferentes do habitual não são nada do outro mundo. Mas quando o jovem traz muitos segredos, se mantém isolado e não quer falar sobre o que está acontecendo, isso pode sinalizar a necessidade de uma conversa, uma nova orientação, um novo acordo. O importante é se manter próximo e mostrar-se interessado pelas questões dos filhos”, conclui a psicóloga.
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