Como ajudar seu filho na adaptação a uma nova escola
Facebook Twitter Google+ A troca de escola dos filhos é algo que muitos pais uma hora ou outra irá se deparar na...
No momento em que os pais vão escolher a escola para os filhos, eles colocam em funcionamento aquele radar que foi instalado no dia do nascimento dos pequenos: ficam extremamente atentos para a segurança, qualidade da comida, além, claro, dos preços das mensalidades.
Porém, uma nova geração de pais está indo além dos critérios tradicionais na hora de escolher qual escola os filhos irão estudar. O arroz com feijão nesta tarefa não foge do óbvio, e com razão: saber se o local oferece segurança e saber o que seu filho ou filha vai fazer enquanto estiver lá, continuam sendo os principais fios condutores da história. Porém, até mesmo no básico, há aspectos que podem variar, como explica a psicóloga infantil e neuropsicóloga, Bruna Terra.
“Os elementos importantes para serem levados em conta na escolha de uma instituição varia de acordo com a idade, por exemplo, para uma criança por volta dos 2/3 anos de idade a estrutura da instituição pesa muito na escolha, enquanto que para uma criança de 8/9 a estrutura deixa de ter seu peso e o conteúdo ganha-se destaque”, explica a psicóloga.
Patrícia Boutros, psicóloga escolar, também explica que o vínculo com a escolha vai além das mensalidade ou das câmeras de segurança. “Devem visitar a escola e observar o ambiente escolar como um todo. Inclusive todo o grupo de funcionários desde a portaria até a postura dos professores em relação às crianças e as visitas. Em relação à instituição, é importante que os pais conheçam a proposta pedagógica da escola e os trabalhos complementares que existem também”.
Com um número considerável de famílias sendo impactadas pela crise econômica no Brasil, muitas se viram obrigadas a passar da escola ideal para a possível para o bolso. Patrícia Boutros explica que os pais que se vêem nesta situação têm como melhor opção a verdade. “É sempre importante que os pais expliquem sim para seus filhos o motivo da mudança de escola, falando a verdade. Em seguida procurem alguma escola que mais se encaixe com sua filosofia e crença de vida. Essa decisão tem que ser dos pais. A criança não pode ter essa responsabilidade, caso a escolha não dê certo”.
Bruna Terra complementa com um conselho simples, mas essencial para quem enfrenta esta situação. “É sempre interessante que a criança participe das decisões familiares para desenvolver-se como ser ativo no mundo”.
Outro item que desperta atenção desta nova geração de pais está ligado a um sinal essencial na diferença entre as gerações: a forma com que as crianças assimilam conteúdo hoje em dia é totalmente diferente da forma com que seus avós (e muitas vezes os próprios pais) faziam.
Independentemente do lado financeiro, a postura adotada pela escola diante do ensino – ou seja, a linha pedagógica – é algo de extrema importância.
“A linha pedagógica de uma escola tende a definir a metodologia de ensino daquela instituição e traz implícitos valores e posições políticas no ensino. Como muitos pais não são familiarizados com as diferentes abordagens existentes, é recomendável que a família converse com a gestão escolar para que lhe explique sobre a metodologia de ensino e materiais pedagógicos, a fim de alinhar os princípios familiares aos valores institucionais”, explica Bruna Terra.
“Também é interessante que os pais acompanhem a vida escolar de seu filho para verificar se há incoerências entre o discurso e a prática daquela instituição. Ainda assim, como as crianças não aprendem da mesma maneira, pode acontecer dela apresentar dificuldade com um ou outro método de ensino e, nesses casos é necessária uma avaliação psicopedagógica a fim de avaliar o melhor método à ela”.
A psicóloga escolar Patrícia Boutros explica como a linha pedagógica pode influenciar a postura de crianças no futuro. “As linhas pedagógicas são muito importantes para aquilo que os pais acreditam como sendo importante para a boa formação de seu filho de forma integral. Elas definem um pouco do perfil da criança em relação à sociedade em geral. A boa parceria entre escola e família é o que vai alinhar a formação da criança de uma forma geral. Esse trabalho em conjunto mostrará para a criança que em ambos os lugares em que ela convive, as pessoas têm a mesma forma de pensar e agir e isso trará coerência para seu futuro como cidadão”.
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