Espírito paralímpico – Como introduzir os filhos com deficiência no esporte?
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Havia uma insistência: “Pai, compra o Minecraft, vai!”
Depois de um tempo, mais de ano, comprei o tal joguinho de videogame e…
– ETA!!! QUE PORCARIA É ESSA?
Uma parada sem gráficos incríveis, sem histórias cativantes, sem lógica, sem nada. Você pode sair montando uns blocos lá e pode quebrar tudo e do nada aparece um zumbi quadriculado e te mata. É isso. E ainda é chamado de “modo criativo”. Pelo amor de Mario! Não é possível um jogo com tamanha mediocridade ser sucesso entre a criançada!
Mas dei uma chance e fui de camarote aprender com a Laura a jogar o tal “mainecrefiti“. Caçamos, criamos uma casa, matamos uns zumbis, aranhas e outros bichos e, depois de horas jogando, morremos de rir com as estranhices deste game tão bizarro.
Sou dos anos 80 e meio que acompanhei (de maneira ansiosa) a evolução dos gráficos. Era uma expectativa enorme saber como seriam os jogadores do próximo Winning Eleven. E quando eram lançados, cada detalhe era comemorado como um gol! “O Roberto Carlos cobra falta de longe!”
Essa criançada dificilmente viverá algo igual, pois já nasceu no mundo dos jogos fantásticos. Eles não se atraem com gráficos perfeitos. Eles já conhecem. O negócio pras crianças da segunda década de 2000 é praticidade. Elas são simples, rápidas e impacientes. Quanto mais o jogo demorar pra responder a qualquer coisa, mais desagrada.
Minecraft, então, pode até ser podre, zoado e fraco, mas é o que mais se encaixa no perfil destas crianças que parecem que nasceram pra solucionar mais rapidamente os problemas, porém sem o mesmo capricho dos seus antecessores.
Por trás do jogo com cara de ultrapassado existe uma trama, que a Laurinha e os amigos sabem de cor, e mil possibilidades criativas. E o mais importante: as crianças se divertem. E muito! Vida longa ao Minecraft!
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Guilherme Fuoco, 27, é pai da Laura há 8 anos, editor de texto do Globo Esporte e autor do livro “Papai Jovem – Não suma. Assuma!”- www.papaijovem.com.br
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