Escola de princesas x Desprincesamento
Facebook Twitter Google+ Precisamos falar sobre princesas “Tá uma princesa”, “Parece uma...
A criatividade está em perigo. Boa parte da sociedade está cada vez mais se distanciando do “brincar”, da contemplação, do toque e das interações humanas. Tudo em nome do progresso e do desenvolvimento. Mas num mundo onde tarefas mecânicas e que exigem raciocínio lógico estão cada vez mais sendo realizadas por máquinas, resgatar o prestígio da criatividade e da beleza das interações humanas é importantíssimo.
Todas as crianças nascem artistas. A dificuldade está em continuar artista enquanto se cresce. Frase de cabeceira de dez em cada dez professores de artes, essa ideia é atribuída a Pablo Picasso. E o célebre pintor espanhol estava certo.
O autor e educador inglês Ken Robinson costuma contar em suas palestras (“Mudando os paradigmas da educação“) sobre um estudo realizado na Grã Bretanha sobre pensamento divergente, que é a capacidade de achar diferentes respostas para uma pergunta utilizando a criatividade.
Segundo o educador entre as crianças de 3 a 5 anos, 98% foram consideradas gênios do pensamento divergente. Já entre as crianças de 5 e 8 anos, o número caiu para 32%. Entre adolescentes de 13 a 15 anos, registrou-se 10%. O estudo deixa claro que com o avanço escolar a maioria das crianças vai perdendo a capacidade criativa. Culpa da escola com suas perguntas de uma única resposta correta e culpa da sociedade (inclusive dos pais) que compactuam com essa ideia de sempre existir “um único jeito correto de se fazer as coisas”.
Já um estudo brasileiro realizado com 200 mil adultos e 1.600 crianças aponta que 98% das crianças na faixa do 5 anos se considera criativa. Entre crianças na faixa dos 10 anos a confiança na sua criatividade cai para 30%. Entre os adolescentes e jovens ouvidos a média registrada foi de 12%. Já entre os adultos com mais de 25 anos, apenas 2% deles disseram se considerar uma pessoa criativa.
A escola e a sociedade acabam com a nossa criatividade. Esse é o tema da animação super premiada “Alike”(vídeo no início do post), dos animadores espanhóis Daniel Martinez Lara e Rafa Cano Méndez. O filminho animado nos lembra em 7 minutos o que acontece com nossas vidas quando a imaginação e a criatividade são drenadas de nós através do trabalho e da escola.
Alike também nos dá uma excelente dica para resgatarmos a criatividade: não deixar as instituições de ensino e o mundo do trabalho acabarem com as cores da nossa criatividade e o nosso espírito. Um bom começo é ouvir e imitar mais as nossas crianças.
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