Fui ver Logan. Vi Laura!
Facebook Twitter Google+ Laura Logan. Oi? Laura Quem? Um grupo de soldados armados até os dentes invade um armazém...
“Tá uma princesa”, “Parece uma princesa”…
Minha princesa pra cá, minha princesa pra lá. É comum mães, pais e familiares tratarem carinhosamente as meninas da família como sendo “princesas”. Mas recentemente o surgimento de uma “escola de princesas” fez muita gente questionar a prática no Brasil. Isso porque, apesar do carinho do tratamento, chamar as meninas de princesa reforça alguns padrões comuns da maioria das princesas, como: ser bonita; ser delicada; saber se portar; querer um amor/casar ou esperar ser salva.
A maioria das críticas ao vídeo da Escola de Princesas mirou as características padrão das princesas. Com razão. Afinal, a mulher do século XXI para ser considerada “uma boa mulher” não precisa estar sempre bonita, ser discreta, casar ou ser salva por um príncipe. Cada mulher pode se comportar da maneira que se sentir mais confortável, bem como ser o que bem quiser. A mulher moderna pode dar de ombros para os padrões de beleza e ser a heroína da história, e não a donzela indefesa que precisa ser salva.
Desconstruindo as princesas
O vídeo abaixo também bombou nas redes sociais este ano. O vídeo exalta a pequena Ainsley, de 5 anos, da cidade de Holly Springs, nos Estados Unidos. No “Dia das Princesas” promovido pela sua escola de dança ela foi vestida de Hotdog – Cachorro Quente.
As pessoas na internet saíram saudando a inventividade de Ainsley. Inclusive muitas feministas. Mas….
A verdade é que a princesa Cachorro Quente já existe. E provavelmente deve ter inspirado a fantasia. Trata-se de uma personagem do badalado desenho “A Hora da Aventura” (o desenho é cheio de princesas e rainhas alternativas/diferentonas).
E no desenho a princesa Cachorro Quente é famosa por ser considerada meio burra e estar sempre querendo beijar alguém.
A história da Ainsley ainda assim é bacana, principalmente para quebrar padrões de beleza. Mas o personagem de desenho que a inspirou ainda carrega características negativas atribuídas às mulheres como “querer sempre um namorado” e “ser burrinha”.
Um novo olhar sobre as princesas
A “escola de princesas” do vídeo que abre esse post também tem o seu lado bom, a saber: a escola ensina as meninas a cozinharem e noções de etiqueta, como por exemplo saber se portar à mesa num evento social. São esses prós e contras que uma reportagem da Folha de S. Paulo atualizada nesta semana trabalha (link no pé do post).
Na matéria, a consultora de moda e etiqueta Costanza Pascolato pondera que é positivo o ensino de competências sociais para as meninas. “Saber um pouco de tudo faz parte da educação. A menina não pode ser feminista e saber fazer um arroz bem feito?”, questiona.
Nós do Pais em Apuros acreditamos que sim. E que cabem aos pais reforçar junto aos filhos os bons valores dos personagens de desenho aos quais as crianças gostam. Filtrando os preconceitos e ressaltando os valores humanos.
Por isso o Pais em Apuros acredita que tudo bem continuar chamando nossas meninas de princesas. Mas sempre tendo em mente que as nossas princesas podem tudo. E que lugar de princesa é onde ela quiser.
No fim, as críticas ao padrão “Princesa da Disney” são pertinentes, mas não custa lembrar que a princesa Mulan também é da Disney, outros tipos de princesa são possíveis (alô Valente!). E ensinar noções de etiqueta e saber se virar no fogão, para meninas (e meninos), também é válido, sobretudo para as crianças terem uma boa desenvoltura social no futuro.
Pois é, novos tempos pedem novos tipos de princesas e príncipes. A Disney parece que já percebeu isso. E você?
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