Filhos pequenos: Partiu escolinha!
Facebook Twitter Google+ Filhos Pequenos: Volta às Aulas! Por Patrícia Boutros* O início do ano é uma fase de...
Deixar a casa dos pais e embarcar numa aventura em um país estrangeiro faz parte da fantasia de muitos adolescentes. Afinal de contas, quem nunca quis passar um tempo fora, vivenciando outra cultura e aprimorando o currículo?
Conhecer novas culturas, olhar o mundo de outra maneira, descobrir novos lados sobre si mesmo e traçar novos rumos e caminhos. As vantagens de se fazer um intercâmbio são muitas e o desejo de se tornar um cidadão do mundo vem surgindo cada vez mais cedo. Na última década, muitos adolescentes passaram a optar por realizar uma parte dos seus estudos no exterior, uma vez que a experiência oferece a oportunidade de melhorar a compreensão e a tolerância em relação a novas culturas, além de ser uma forma de se aprender ou aprimorar outro idioma.
Se a vontade de ter novas experiências é comum a muitos jovens brasileiros, a consciência de que os conhecimentos adquiridos podem fazer a diferença no futuro também contribui expressivamente para a decisão de investir em uma viagem. “Eu sempre sonhei com uma festa de debutante, mas ao optar pela viagem eu sabia que eu teria que trocar a festa pelo intercâmbio. Então eu pensei melhor e vi que o intercâmbio ia me acrescentar muito mais experiências do que a festa”, contou Marcela Toledo, que, aos 14 anos, optou por fazer um ano escolar nos Estados Unidos.
O modelo de intercâmbio escolhido por Marcela foi o High School, um dos programas mais tradicionais para adolescentes entre 15 e 18 anos, no qual o jovem é acolhido por uma família do país de destino e frequenta o ensino médio em escolas públicas ou particulares. Essa experiência proporciona ao jovem uma oportunidade de conhecer outra realidade e ainda ter a chance de praticar de forma intensa uma língua estrangeira, ganhando fluência na fala e na escrita, um diferencial importante para o mercado de trabalho.
Mas, talvez, os principais benefícios do intercâmbio na adolescência sejam mais emocionais e psicológicos do que profissionais. Ao ter que se relacionar com pessoas que não são “da turma” e sem a intermediação dos pais, o adolescente acaba desenvolvendo a autoconfiança, maior flexibilidade no relacionamento humano e tolerância com as diferenças culturais. “Longe dos pais, os jovens aprendem a se cuidar e desenvolvem seus próprios recursos para enfrentar as mais diversas situações”, afirmou a psicóloga Luciana Leite.
Como funciona
Nos dias de hoje, o que não faltam são opções para que o jovem realize o sonho de fazer um intercâmbio. Na maioria dos programas oferecidos pelas agências e organizações, os adolescentes são recebidos em casas de famílias, as Host Families, que são cuidadosamente selecionadas, e passam a fazer parte do cotidiano da famílias e da comunidade, vivenciando uma rotina similar à dos adolescentes nativos. “A vivência com a família é importante porque você tem mais suporte e isso pode facilitar várias coisas, principalmente a adaptação”, ressaltou Marcela.
A duração desse modelo de intercâmbio varia de um semestre, cinco meses de aula, a um ano escolar, dez meses. Porém, para aqueles que se sentem inseguros de ficar um longo período fora do país, existe a opção de viajar durante as férias escolares para fazer cursos específicos em outras áreas, como moda, gastronomia, esportes, teatro, e/ou estudar a língua do país.
É válido lembrar que o ideal é que o planejamento dessa viagem seja um processo conjunto entre o jovem e seus responsáveis, com o possível auxílio de agências de viagem ou organizações sem fins lucrativos que promovem intercâmbios entre seus associados em diversos países.
O que levar em conta
Antes de qualquer coisa, os pais precisam confirmar o desejo do adolescente de fazer intercâmbio: o interesse deve ser do jovem e não somente dos pais. Outro fator que precisa ser levado em consideração é quão maduro o jovem é, pois ficar longe da família, conviver com estranhos, mudar de alimentação e de escola são processos que exigem maturidade para serem assimilados e transformados em uma experiência gratificante. Caso contrário, o adolescente pode ter sérios problemas para se adaptar.
Também é fundamental escolher uma boa empresa que ofereça suporte ao jovem durante todo o intercambio. Para isso, informe-se sobre cada pacote oferecido, sobre os itens inclusos e converse com quem já contratou os serviços desse tipo de agência, essa é uma boa forma de orientar a melhor a escolha. Outro fator importante é a família contar com o apoio de um psicólogo para que todos possam se preparar para desfrutar a experiência da melhor forma.
Na hora da escolha do destino, é importante considerar as condições climáticas e gastronômicas do país de interesse. Esses são fatores extremamente relevantes para uma boa adaptação, principalmente para nós, que vivemos em um país tropical. É preciso levar em conta, por exemplo, que por mais que seja legal brincar na neve, não é fácil conviver com ela por muito tempo quando se tem uma rotina de estudos para encarar.
Com relação a idade ideal para um adolescente realizar o sonho do intercâmbio, isso não existe. O importante é que a viagem aconteça em um momento em que o jovem esteja aberto e tenha maturidade e responsabilidade para enfrentar as mudanças e desfrutar dos aprendizados e descobertas que a experiência do intercâmbio é capaz de proporcionar.
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