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Saiba quando deixar uma criança viajar sozinha

Seu “bebê” quer viajar?

Deixar a criançada passear sem a presença dos responsáveis estimula a autoconfiança e a autonomia. Mas atenção: antes de tudo é preciso estar atento aos documentos de autorização judiciária.

Janeiro é época de cair na estrada. No carro uma música, chinelos no pé e na alma. O corpo quer descanso, os gestos e as vestimentas entregam as férias.
“Vamos fugir…” Mas para onde? “Pegar o trem azul e o sol na cabeça” é a cara de toda família, tipo margarina: pai, mãe, tio, tia, irmãos, primos, tudo combinadinho. Coisa boa sim, coisa boa também, por que não?

Mas, e quando os filhos decidem enroscar com os planejamentos para viajarem sozinhos?

“Então vá, então vá!”…Né não? Deixem os meninos, oras!

Para o jornalista e pai Georges Kirsteller Ryoki Inoue, os pais não devem ser superprotetores quando se trata de viagens.
Caroline, sua filha de nove anos, já fez pequenas viagens com os colegas. “Não acho que os pais devam ser superprotetores, mas devem estar atentos se a experiência longe de casa sem a presença dos pais será realmente positiva e segura”, conta o pai.

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Ih, o papai e a mamãe não vão mesmo. De boa para você?” “De boa!”

Aprendendo a se virar

De acordo com a psicóloga Andréa Leão, viajar sozinha pode ser uma experiência muito rica para a criança. “Dentre os benefícios, há o fortalecimento da autoconfiança – do sentimento de que ‘eu posso’, ‘sou capaz’, e também da autoestima, uma vez que amplia a capacidade de fazer escolhas, de lidar com os ‘medos’ e superar desafios”, explica.
Além disso, Andréa destaca que os pais devem se fazer algumas perguntas, como por exemplo:

  • A criança consegue dormir sem a presença dos pais? Qual a reação quando os pais atrasam para buscá-la da escola? Tem medo do abandono? Enfim, é importante se certificar que a criança não entrará em sofrimento emocional na possibilidade de uma afastamento (ainda que temporário da família e ambientes que está acostumada).
  • A criança desenvolveu autonomia para executar algumas tarefas sem intervenção de um adulto? Como ser capaz de ir ao banheiro e comer sozinha, por exemplo.
  • Sabe se comunicar? De forma que possa pedir ajuda quando necessário?
  • É capaz de identificar um adulto no qual possa recorrer para lhe prestar ajuda de forma segura?
  • Sabe para onde e o porquê está indo? Conhece o adulto que ficará com ela e tem um bom vínculo com ele?
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“Cara, a gente tá muito adulto”

Atenção com a papelada

Além dos fatores psicológicos que devem ser analisados pelos pais, é preciso também estar atento na autorização da Vara da Infância e da Juventude
Considera-se criança, a pessoa de até doze anos de idade incompletos. Deste modo, nenhuma criança poderá viajar para fora da região onde reside desacompanhada dos pais ou responsável, sem expressa autorização judicial, explica o Advogado Cristiano Pinto Ferreira, amparado no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Entretanto, a autorização não é exigida quando se trata de região próxima ao local onde os pequenos residem, na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região metropolitana.

No caso de familiares, de até terceiro grau, será necessário comprovar documentalmente o parentesco. No caso de pessoas sem nenhum vínculo familiar, será necessária a autorização do pai, mãe ou responsável das crianças.

Quando se tratar de viagens ao exterior, a autorização é dispensável se a criança estiver acompanhada de ambos os pais ou responsável. No caso de viagens com apenas a companhia de um dos pais, será necessária a autorização pelo outro responsável através de documento com firma reconhecida, explica Cristiano.

E claro, nenhuma criança nascida em território nacional poderá sair do país em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.
Para se informar mais sobre os modelos de autorização de viagens, acesse o Site do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Não deixe para a última hora

Para os pais, avós, tios ou responsáveis legais, fica ainda a dica: decidido o destino da viagem, é importante buscar com antecedência a documentação necessária, uma vez que o processo pode ser demorado. “Depende muita de cada situação devido a quantidade de trabalho em cada comarca”, explica Cristiano.

Bora apertar os cintos, afrouxar as rédeas e deixar a criançada bater as pernas por aí? ‘Então vá, Então, vá!’

***

Autor desta Publicação
Vanessa Alves
Jornalista e poeta. Amante de metáforas, psicanálise, ciência e toda forma de Arte.

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