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Carnaval em Família: Conheça os Teixeira

Como bem ensinam os mestres Tom Jobim e Vinicius de Moraes em “A Felicidade”, grande clássico da música popular brasileira, “A gente trabalha o ano inteiro por um momento de sonho. Pra fazer a fantasia. De rei ou de pirata ou jardineira […]”. Essa é a realidade de várias famílias brasileiras que esperam ansiosamente pelo carnaval.

Por isso pedimos para a nossa repórter Rafaella Teixeira buscar uma história sobre carnaval em família, mas eis que para nossa surpresa a própria repórter revelou-se a personagem perfeita para a matéria. Os Teixeira são foliões famosos de São Bento do Sapucaí, uma pequena cidade paulista que ainda preserva um carnaval à moda antiga. Foi então que tivemos a ideia, pedir para a Rafaella contar como foi crescer em volta da magia do Carnaval. Confira abaixo o bonito relato da nossa colaboradora.

DNA Folião – A família Teixeira de São Bento do Sapucaí – SP
DNA Folião – A família Teixeira de São Bento do Sapucaí – SP

Tô me guardando para quando o carnaval chegar”, já cantava Chico Buarque em 1972. Porém, esse refrão também poderia ser o lema da minha família, já que há anos o nosso coração bate no mesmo ritmo: o carnavalesco.

Os responsáveis

Meu pai, mais conhecido como Ditinho Teixeira, é o nome que dá início a esse amor da família toda pelo carnaval. Aos 61 anos, o saxofonista relembra dos primeiros carnavais que tocou nos palcos do Centro Operário São José, local responsável por animar a folia em São Bento do Sapucaí ao som das tradicionais marchinhas. “Naquela época, no início dos anos 70, eu só sabia tocar quatro marchinhas, aí o restante do repertório eu ficava só acompanhando e fui aprendendo ao longo dos anos”, se recorda.
Minha mãe, Terezinha, também tem uma grande parcela no nosso DNA folião: aos 10 anos já confeccionava as fantasias das sobrinhas que iam pular carnaval. “Meus pais não me deixavam sair com fantasia, mas como eu sempre achei bonito eu comecei a costurar pras minhas sobrinhas. Só quando eu fiz 18 anos eu comecei a sair fantasiada com as minhas irmãs”, conta.

Em 1978, quando começaram a namorar, o casal de foliões passou a se fantasiar para os famosos bailes de salão e a participar dos blocos que começaram a surgir na cidade, como o Bloco do Terror, organizado pelo meu pai e um grupo de amigos. Após se casarem, a paixão pelo carnaval começou a ser passada para mim e para o meu irmão Filipe: quase todos os anos tínhamos fantasias personalizadas para brincar nas matinês e diversas vezes vencemos concursos de fantasia. Até Rainha do Carnaval eu fui!

DNA Folião – Rafaella, Rainha do Carnaval Infanto-Juvenil em 1999
DNA Folião – Rafaella, Rainha do Carnaval Infanto-Juvenil em 1999

Muito além do Carnaval

Mesmo com a passar dos anos, o carnaval não deixou de ser uma espécie de fio condutor na família Teixeira. Meu irmão passou a se interessar por maracatu e acumula anos de cortejos nos carnavais de diversas cidades da região e do Recife e há anos eu e meus pais desfilamos juntos na Mocidade Independente de São Bento, Escola na qual minha mãe ajuda na confecção das fantasias. Além disso, meu pai é integrante da bateria do Ziriguidum e atualmente saímos todos juntos no Bloco do Búfalo.

Sim, é claro que toda essa vivência carnavalesca em família só poderia resultar em um bloco, que foi criado por mim, meu irmão e um grupo de amigos. Desde 2014, nossa casa é a anfitriã da manada de búfalos, que reúne toda a família, amigos e vizinhos para brincar o carnaval na noite de sexta-feira, ressaltando as tradições carnavalescas que vem sumindo com o passar dos anos na cidade.

Apesar da gostosa diversão em família, toda essa vivência carnavalesca para nós foi muito além: foi participando de blocos, escolas de samba e maracatus que crescemos em contato com valores que só a cultura popular traz, como simplicidade, diversidade, coletividade e até mesmo fé. Vivenciar tudo isso desde a nossa primeira infância acrescentou muito em nossa forma de ver o mundo….

DNA Folião -  Matinê do Carnaval de 1988. Na foto:  Rafaella , Filipe e o primo deles, Robson. Todos com fantasias confeccionadas por Terezinha.
DNA Folião – Matinê do Carnaval de 1988. Na foto: Rafaella , Filipe e o primo deles, Robson. Todos com fantasias confeccionadas por Terezinha.

Vem festar com a gente
E hoje, nossa casa é um verdadeiro reduto de apaixonados pelo carnaval. Passamos dias e mais dias nos preparando para a folia entre ensaios, confecção de fantasias e de acessórios, organização do bloco e para receber os amigos e familiares que vem passar o carnaval conosco.

E não é exagero nenhum dizer que essa época do ano é a mais aguardada por todos nós! Já passamos o Natal e o Ano Novo separados diversas vezes, mas a diversão no carnaval só é completa quando estamos todos juntos. Para nós, não há felicidade maior do que desfilarmos juntos pela avenida e vermos todo mundo sorrindo e brincando o carnaval com a gente.
E pra 2016 já estamos aqui: juntos, aguardando o carnaval chegar!

***

Autor desta Publicação
Rafaella Teixeira
Jornalista, fotógrafa e viajante. Além de viver com a mochila nas costas, gosta de esportes, cultura de qualquer parte do mundo, cinema e música.

Comentários

1 comentário
  1. publicado por
    Meu pai: meu companheiro de aventuras – Pais em Apuros
    ago 3, 2017 Reply

    […] a ser os bloquinhos de carnaval – talvez você já tenha lido aqui no Pais em Apuros sobre o nosso DNA carnavalesco. Era só janeiro começar que a nossa maratona também começava. Tivemos também a nossa fase de […]

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