Se nada der certo e o fim do diploma
Facebook Twitter Google+ Se nada der certo… No início de junho, alunos de dois colégios particulares do Rio...
Existe uma fase no desenvolvimento dos bebês que faz muitos pais se sentirem como cachorrinhos de estimação. É a fase de jogar objetos no chão, uma fase marcada pela repetição. Muitos pais passam horas buscando os objetos arremessados pelos filhos. E esse abaixa e levanta incessante, o vai e vem pelos cômodos da casa recuperando objetos jogados, e até mesmo contorcionismos épicos para evitar que objetos quebráveis sejam arremessados é bastante desgastante e muitas vezes leva os adultos à loucura.
Muita calma nessa hora
Mas antes que você pense que o seu filho não vai com a sua cara ou então que ele não escuta direito e não assimila os seus “não faça isso” de reprovação, saiba que arremessar objetos é uma fase importantíssima no desenvolvimento dos bebês. Uma fase na qual eles podem passar horas a fio aperfeiçoando o lançamento. Mas não é nada pessoal, o seu bebê está apenas conhecendo o mundo. E arremessar objetos ajuda muito.
Bebês são autodidatas
Adultos após anos em bancos escolares tendem a pensar que aprender tem a ver com observar um professor explicar ou fazer algo, para então após isso o aluno tentar replicar. E muitos levam isso para a vida e quando tem filhos acreditam que estes aprenderão tudo com eles, seus pais. Observando e replicando. Em parte, isso acontece, mas boa parte do desenvolvimento dos pequenos se deve exclusivamente a eles mesmos. Bebês são como autodidatas aprendem por conta, e a fase encarada pelos adultos como um irritante jogo de lançar objetos, para eles é aprendizagem. É metodologia de bebê. Pesquisa se tornando conhecimento ao vivo a cada lançamento.
Teorias do seu bebê
Nos primeiros meses de vida bebês entendem que aquilo que não veem não existe. Mas a partir do sexto mês começam a perceber que algo que não esteja ao alcance de seus olhos ainda pode existir. E esse conhecimento se desenvolve graças ao lançamento dos objetos. Uma vez que a mãe recupera e entrega um objeto para o bebê, ele entende que mesmo sem ver para onde foi o objeto este ainda existe. E bebês colocam isso à prova podendo passar longos períodos fazendo seus papais de bichinho de estimação. Mas não é tiração de onda, é ciência de bebê, pesquisa e prova prática. Aos olhos dos bebês cada arremesso é uma nova experiência. E isso serve para fortalecer e desenvolver diversos aspectos motores e psicológicos. Por isso lançar é instintivo, a cada lançamento o bebê aprende algo novo.
O que o bebê descobre
Ao jogar objetos no chão os bebês descobrem que as coisas e as pessoas que saem de sua visão não deixam de existir. Esse processo é chamado por especialistas de “construção da permanência do objeto” e é muito importante para o desenvolvimento psicológico da criança. Os bebês também aprendem, entre 1 e 2 anos de idade, que as ações têm conseqüências, causa e efeito (o objeto lançado ao cair no chão faz barulho e cada objeto emite sons diferentes, e seus pais ora fazem uma cara boa, ora uma cara feia, dependendo do que foi lançado). E com os lançamentos os bebês também desenvolvem capacidades motoras. Segurar e lançar diferentes objetos faz com que conheçam novas texturas e formas. Tudo isso por conta própria, do jeitinho gracioso e estabanado dos bebês.
Que bagunça que você fez, bebê!
Por isso, a partir de agora antes de usar a frase acima para repreender o seu filhote, lembre-se, não é bagunça é pesquisa ciêntifica de bebê, às vezes um pouco irritante, porém fofa e eficiente. E eles fazem isso brincando, essa é a maneira deles explorarem o mundo. A fase de jogar objetos é um curso natural da vida e dura cerca de 15 meses, contando a partir do oitavo mês de vida. E a boa notícia para os pais é que por volta dos 3 anos a brincadeira perde a graça. Mas até lá, para você não se estressar, confira abaixo algumas dicas para lidar bem com essa fase.
Vai que o seu filho fica bom ;D
Como lidar?
1- Seja paciente e tolerante. Aquela mamadeira ou prato de comida arremessada não é o bebê testando o limite da paciência dos pais, e nem desvio de comportamento. É só uma fase, e uma fase importante para o desenvolvimento do seu filho.
2- Não adianta investir em brinquedos recomendáveis para determinada faixa etária achando que estes por si só entreterão os pequenos a ponto deles não se interessarem por outros objetos. Lembre-se, bebês são pequenos pesquisadores desbravando um novo mundo. Eles vão querer lançar de tudo. Por isso olhos bem abertos. Mantenha seu bebê longe de objetos quebráveis e perigosos como produtos de limpeza, objetos com pontas, objetos cortantes, objetos de vidro, eletrônicos, isqueiros, entre outros.
3- Apesar da palavra ter muito pouco significado nessa idade (até os 2 anos e meio) as reprimendas negativas, mesmo que pouco assimilidas, são necessárias para iniciar os bebês no inevitável mundo do limite. Mas guarde os seus “nãos” para momentos nos quais o arremesso de algum objeto tenha oferecido algum risco à criança ou então algum prejuízo (o celular do papai por exemplo).
4- Afine o seu “não pode”. Abaixar-se inúmeras vezes para recolher objetos pode se tornar exaustivo. Mas brigar com o seu filho não vai adiantar em nada. Converse com o bebê utilizando um tom de voz normal. Procure explicar que nem tudo deve ir ao chão. Mas sem raiva ou alteração de voz. Pesquisadores da Universidade de Oregon (EUA) mapearam a atividade cerebral de bebês de 6 a 12 meses cujos pais brigavam frequentemente e verificaram que as áreas ligadas ao estresse reagiam excessivamente ao ouvir vozes exaltadas, interferindo no controle emocional e no aprendizado dos bebês.
5- Evite se desgastar e se preocupar por causa da bagunça que o bebê cria. Todo mundo sabe que casa com criança tem objetos jogados.
6- Mas fique atento. Essa fase deve cessar por volta dos três anos de idade. Se o hábito persistir após os 3 anos os pais devem tomar providência. Nessa idade a criança já tem entendimento e compreende melhor o significado de “não pode”. O fato de ainda prosseguir o lançamento de objetos pode significar que o bebê está utilizando a prática como um recurso apenas para chamar a atenção dos pais.
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